Alunos do Grupo de Paleontologia visitaram a Feira, cumprindo mais uma vez a tradição de visitar esta Feira todos os anos.
Esta tradição já existe desde 1995.
Alunos do Grupo de Paleontologia visitaram a Feira, cumprindo mais uma vez a tradição de visitar esta Feira todos os anos.
Esta tradição já existe desde 1995.
Ao João Diogo, ao João Grenho e ao Rodrigo Vitorino (que iniciam os 9º e 10º anos na Escola Luís Freitas Branco) coube a tarefa de apresentarem o trabalho realizado durante dois anos pelos vários alunos Grupo de Paleontologia, que integra o Clube Ciência Viva do Agrupamento de Escolas de Paço de Arcos, na 16ª Mostra Nacional de Ciência.
Esta Mostra, que decorreu entre 8
e 10 de Setembro, na Alfandega do Porto, é a fase final do 30º Concurso
Nacional de Jovens Cientistas, promovido pela Fundação da Juventude e pela
Ciência Viva. Integrou 78 projetos, de 237 alunos dos ensinos secundário,
profissional e universitário (incluindo 2 internacionais, de Espanha e do
Brasil). A única exceção foram estes alunos do Grupo de Paleontologia, já que
dois são ainda alunos do 3º ciclo e que assim eram os concorrentes mais novos
de todo o Concurso.
Os trabalhos a concurso incluíam
as áreas da Biologia, Ciências do Ambiente, Ciências Médicas, Ciências Sociais,
Economia, Engenharias, Física, Informática / Ciências da Computação,
Matemática, Química, Bioeconomia e, finalmente, Ciências da Terra, onde se
incluía o seu trabalho “Pegadas de stegossáurios
– o enigma!”.
“As pegadas fossilizadas fornecem informação sobre animais extintos que
não pode ser procurada nos ossos e dentes. E um dos objetivos é o de tentar
correlacionar icnitos e prováveis autores. Para os stegossáurios esse grau de
incerteza é maior e os investigadores referem-se às suas pegadas como um
"enigma". Em 2020 e 2021 deslocámo-nos à icnojazida do Bouro IV,
descoberta por colegas do Grupo de Paleontologia da nossa escola e encontrámos
novas pegadas. Este trabalho centra-se na descrição, análise e interpretação de
duas pegadas tridáctilas. Demonstramos a sua origem stegossauriana e a sua
referência a Stegopodus e a Deltapodus. Elaborámos uma escala
numérica para classificar a fraca mesaxonia que as diagnostica. Pela primeira
vez a nível mundial é assinalada a co-ocorrência de exemplares dos dois
icnogéneros na mesma paleosuperfície. A pegada descoberta em 2021 constituí o
primeiro exemplo de Stegopodus
encontrado em Portugal e este morfotipo muito assimétrico é o segundo exemplo
conhecido para a Europa”.
Apresentaram também um sumário
(abstract) de uma página A4 com os aspetos mais relevantes do projecto:
Pegadas de stegossáurios - o enigma!
“As pegadas fossilizadas, como registo direto da atividade de seres
vivos, fornecem informação sobre animais extintos que não pode ser procurada
nos ossos e dentes, sobretudo quando estes são escassos ou inexistentes. A
importância das pegadas como fonte de dados paleobiológicos e paleoecológicos
é, portanto, insubstituível, mas a sua interpretação está sujeita a vários
níveis de incerteza, incluindo a identificação dos autores. Um dos objetivos
óbvios de qualquer icnologista é o de tentar correlacionar icnitos e prováveis
autores - o "síndroma de Cinderela" (Lockley 2009). Especialmente
para um grupo de dinossáurios, os stegossáurios, esse grau de incerteza é ainda
maior e desde há muito que os investigadores se referem às suas pegadas e
pistas como um "enigma" (Gierlinski e Sabath 2008).
Em 2020 e 2021 deslocámo-nos à jazida do Bouro IV, Salir do Porto,
descoberta em 1997 por colegas do Grupo de Paleontologia da nossa escola, para
“redescobrirmos” uma enorme pista de saurópode. Nessas saídas descobrimos novas
pegadas. Este trabalho centra-se na descrição, análise e interpretação de dois
contra-moldes tridáctilos que provavelmente representam a passagem de dois
stegossáurios distintos, tentando ajudar a decifrar o tal enigma das suas
pegadas.
Procedemos a uma revisão histórica dos eventuais tipos de pegadas de
stegossáurios e avaliamos as diagnoses dos principais icnotaxa. Comparamos
estas características com as dos nossos exemplares e com o registo icnológico
conhecido para Portugal e global. Tentamos demonstrar a origem stegossauriana
das duas pegadas e a sua referência a Stegopodus
e a Deltapodus, para depois
realizarmos algumas inferências de natureza paleobiológica. Como não existe uma
classificação numérica para a fraca mesaxonia que caracteriza esta amostra,
elaboramos uma escala que propomos seja utilizada para todas as pegadas
tridáctilas e que passe a diagnosticar também as pegadas dos stegossáurios.
Pela primeira vez a nível mundial é assinalada a co-ocorrência de exemplares
dos dois icnogéneros na mesma paleosuperfície. A pegada descoberta em 2021
constituí o primeiro exemplo de Stegopodus
encontrado em Portugal e este morfotipo muito assimétrico é o segundo exemplo
conhecido para a Europa”.
Palavras chave: stegossáurios, pegadas de stegossáurios, Deltapodus, Stegopodus, mesaxonia
Apresentaram um Relatório escrito
(“máximo de 10 páginas”) e Anexos com as seguintes informações: fotografias,
gráficos e um powerpoint (esta sessão).
Ao nosso trabalho foi atribuído o
1º Prémio; e um prémio especial – Professor Coordenador do 1º Prémio; e fomos
também premiados com a participação na MOSTRATEC (Mostra Internacional de
Ciência e Tecnologia) que vai decorrer em Novo Hamburgo, Brasil.